PATRIMÔNIO PÚBLICO DA PMMG E DO CORPO DE BOMBEIROS PRECISAM SER RESGATADOS

A Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), se reuniu em audiência pública, hoje 08/05, com o objetivo de discutir a irregularidade no armazenamento e conservação dos móveis, documentos históricos, fotografias, fardamentos, equipamentos bélicos, entre outras peças históricas do acervo cultural do patrimônio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.

A audiência foi requerida pelo Deputado CABO JÚLIO, que recebeu denuncias em que as peças estariam mal acondicionadas e outra parte estaria em uma exposição no parque temático Walter World, localizado em Poços de Caldas (Sul de Minas). 

“São bens públicos que estão em exposição em um parque privado, e há cobranças de ingressos cujo valor é de R$ 20, além disso, essa transferência foi feita de forma irregular, sem nenhum termo ou parecer jurídico que normatize a situação. Isso é ilegal, além do que se alguma peça for perdida, danificada ou furtada, o Estado não terá como intervir, por falta de uma documentação que comprove o empréstimo”, defendeu Deputado CABO JÚLIO. 

CABO JÚLIO também argumenta o acondicionamento do patrimônio na Academia de Polícia Militar e a não abertura da exposição ao público. A Coronel Rosângela de Freitas, Diretora de Educação Escolar e Assistência Social da PM, afirma que o museu só não está aberto ao público por falta de recursos e de mão-de-obra, já que os bens precisam ser trabalhados na preservação e restauração.

Já a respeito das peças disponíveis no Walter World, a Coronel disse que os bens não foram recolhidos por falta de condições da PM de realizar o local adequado para o armazemento. Ela informou ainda que aproximadamente 900 mil pessoas, no período de 2001 até 2013, visitaram o parque e tiveram a oportunidade de conhecer o museu. “Não temos nenhum custo para manter esse bem em exposição. Entendemos que é uma forma de divulgação do trabalho da Polícia Militar”, disse. 

Para o Capitão Thiago Miranda, chefe da Divisão de Relações Externas da corporação, do Corpo de Bombeiros, as peças que estão na exposição do Walter World, são de propriedade particular, sendo assim não existe problemas no armazenamento da mesma, ele cita o veículo Fusca como exemplo de propriedade particular. 

“O carro tem um brasão do Corpo de Bombeiros, mas a versão é atual, sendo assim, é nítido que foi apenas incluído um adesivo, ou seja, foi colocado para simular os antigos carros utilizados pelo bombeiro. Agora a exibição das demais peças como luvas e material para respiração, que não são de uso exclusivo do Corpo de Bombeiros podem ser adquiridas no mercado. Dessa forma, não há bem de propriedade da instituição no parque”, informou Thiago Miranda. 

O Deputado CABO JÚLIO defendeu que o Walter World não pode utilizar no Fusca o símbolo institucional do Corpo de Bombeiros e que providência precisa ser tomadas. Já o assessor jurídico da Promotoria de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, Frederico Bianchini, esclareceu que, em caso de exibição de réplicas, é necessário que fique claro aos visitantes que não se trata de uma peça original. 

Durante a reunião, o Deputado CABO JÚLIO também defendeu a importância da preservação do patrimônio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, já que, para ele, a história dessas instituições retratam também a história de Minas e do Brasil. “A cultura é nossa identidade, é o nosso passado, o nosso presente e também o nosso futuro. Manter esse acervo de forma preservada vai nos ajudar a contar a história de uma forma mais dentro da realidade”, disse. 

A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros se comprometeram em regularizar a situação patrimônio histórico, ainda este ano. O Ministério Público vai aguardar as notas taquigráficas da reunião para tomar as devidas providências.

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Parque Temático Walter World